Mortalidade por câncer de mama em mulheres indígenas brasileiras
Palavras-chave:
Neoplasias da mama, Epidemiologia, Mortalidade, População Indígena, BrasilResumo
Objetivo: Avaliar a mortalidade por câncer de mama em mulheres indígenas do Brasil, nos anos de 2000 e de 2010. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, realizado por meio de coleta de número de óbitos por câncer de mama em mulheres indígenas brasileiras, nos anos de 2000 e de 2010. Os dados foram obtidos por meio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram calculadas as taxas de mortalidade bruta e a razão de risco (RR) entre a mortalidade observada entre mulheres de cor branca e indígenas, considerando um intervalo de confiança de 95% (IC95%). Para o teste do χ2 com correção de Yates, valores de p<0,05 foram considerados significativos. Resultados: No Brasil, a taxa bruta de mortalidade para mulheres indígenas foi de 4,72/100.000 em 2000, e de 2,23/100.000 em 2010. Na distribuição por macrorregiões, observou-se que de 10 óbitos registrados em 2000, oito ocorreram na região Sudeste. Já em 2010, entre os cinco óbitos registrados, três ocorreram na região Norte. As mulheres indígenas brasileiras apresentaram menor risco de mortalidade em relação às mulheres de cor branca, tanto em 2000 (RR: 0,25; IC95% 0,138–0,47; p<0,001) quanto em 2010 (RR: 0,094; IC95% 0,03–0,22; p<0,001). Conclusão: A taxa de mortalidade por câncer de mama em mulheres indígenas no Brasil foi significantemente inferior ao observado em mulheres brancas, possivelmente em decorrência de variações étnicas, geográficas e socioculturais. Esses dados podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias direcionadas ao controle da neoplasia mamária na população indígena brasileira.
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