Recidiva locorregional

importância da margem cirúrgica livre e dos subtipos moleculares do câncer de mama

Autores

  • Andrei Gustavo Reginatto Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Mario Rietjens Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • José Luiz Pedrini Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Visnu Lohsiriwat Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Mario Casales Schorr Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Cláudio Zetler Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Thiago Gonzalez Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Raup Bacco Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Palavras-chave:

Neoplasias da mama, Recidiva local de neoplasia, Margem, Perfilação da expressão gênica

Resumo

Índices de sobrevida equivalentes observados entre a cirurgia conservadora de mama e a mastectomia tornaram a primeira o tratamento padrão para muitas mulheres com câncer de mama, sendo preferível à mastectomia pelo benefício estético da preservação da mama. A cirurgia conservadora complementada pela radioterapia apresenta altos níveis de controle local da doença. O tamanho da margem tumoral adequado é assunto de interesse em razão da tendência de menor radicalidade cirúrgica, com manutenção da segurança oncológica. É importante, também, em relação à mastectomia, devido à possibilidade de preservação da pele e do complexo aréolo-mamilar, o que pode significar menores margens livres. Diversos estudos sugerem que uma excisão adequada, com margens livres de tumor, é necessária para obter um controle local ótimo. Entretanto, o próprio conceito do que seja margem cirúrgica livre é controverso, além de ser altamente questionável se o aumento do tamanho dessa margem resulta na diminuição do risco de recidiva local. Ressecções mais amplas são associadas a menor recorrência local, mas os dados disponíveis sugerem que o aumento de milímetros da margem livre não resulta em uma diminuição proporcional no risco de recidiva. Atualmente, considera-se adequado o tratamento cirúrgico que obtenha margem cirúrgica negativa, independentemente de seu tamanho. Diversos fatores patológicos, clínicos e de diferentes tratamentos também têm sido associados a um aumento do risco de recorrência local, entre eles a dose de radioterapia, a definição do que é margem positiva e negativa, a extensão do envolvimento da margem, a presença de componente intraductal extenso, o tempo de acompanhamento dos pacientes, a influência do tratamento sistêmico adjuvante e, com grande interesse atualmente, os subtipos moleculares genéticos do câncer de mama – luminal A, luminal B, Her-2 positivo e triplo-negativo. A identificação de fatores de risco para recorrência local entre pacientes com margens negativas é muito importante e constitui um desafio para a pesquisa clínica do desfecho do câncer de mama. Este artigo faz uma revisão dos estudos relacionados ao que se considera margem cirúrgica adequada e à influência dos subtipos moleculares na identificação do risco de recorrência locorregional bem como seu impacto no processo de decisão terapêutica, indo ao encontro da tendência atual de individualizar o tratamento com base em diversos fatores envolvidos na recidiva do câncer de mama.

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Biografia do Autor

Andrei Gustavo Reginatto, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Mastologista, investigador do CPMEC – Porto Alegre (RS), Brasil.

Mario Rietjens, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Especialista em cirurgia plástica pela Universidade de Milão; Codiretor da Divisão de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do IEO; Professor da Escola de Especialização em Cirurgia Plástica da Universidade Estatal de Milão – Milão, Itália; Membro honorário da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

José Luiz Pedrini, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Doutor em Patologia pela UFCSPA, Brasil; Chefe do serviço de mastologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) – Vice-presidente da SBM; Investigador-chefe do Centro de Pesquisas Médicas e Ensaios Clínicos (CPMEC) – Porto Alegre (RS), Brasil.

Visnu Lohsiriwat, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Membro do Departamento de Plástica e Cirurgia Reconstrutiva do IEO – Milão, Itália.

Mario Casales Schorr, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Mestre em Patologia pela UFCSPA, Brasil; Preceptor do Serviço de Mastologia e Coordenador da Residência de Mastologia do HNSC; Investigador do CPMEC – Porto Alegre (RS), Brasil.

Cláudio Zetler, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Patologista do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, Brasil; Professor de Patologia da UFCSPA – Porto Alegre (RS), Brasil.

Thiago Gonzalez, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Residente de Mastologia do HNSC – Porto Alegre (RS), Brasil.

Raup Bacco, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Residente de Mastologia do HNSC – Porto Alegre (RS), Brasil.

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Publicado

2011-10-10

Como Citar

Reginatto, A. G., Rietjens, M., Pedrini, J. L., Lohsiriwat, V., Schorr, M. C., Zetler, C., … Bacco, R. (2011). Recidiva locorregional: importância da margem cirúrgica livre e dos subtipos moleculares do câncer de mama. Revista Brasileira De Mastologia, 21(4), 181–187. Recuperado de https://revistamastology.emnuvens.com.br/rbm/article/view/289

Edição

Seção

Artigo de Revisão