Linfoma primário apresentando-se como um câncer de mama localmente avançado
relato de caso
Palavras-chave:
Linfoma, Neoplasias da mama, Linfoma não HodgkinResumo
Doenças hematopoiéticas podem ser encontradas na mama e simular uma neoplasia mamária, como leucemia e/ou linfoma. Apesar de os linfomas serem considerados tumores linfonodais, 25-40% acometem sítios extranodais, sendo um deles a mama. Os linfomas primários da mama representam 0,1-0,5% de todas as neoplasias da mama. Podem ter origem primária ou secundária. Os primários normalmente iniciam-se na mama sem acometimento de outros sítios linfonodais. O diagnóstico é feito através do exame físico e anatomopatológico. Relatamos um caso de uma paciente, idosa, de 77 anos, que compareceu em nosso serviço com uma massa progressiva envolvendo toda a mama direita, ulcerada e associada a sinais e sintomas inflamatórios com linfonodos axilares palpáveis. Os exames de imagem foram inespecíficos e não ajudaram no diagnóstico, não tendo sido recomendados para o rastreio dessa neoplasia. O exame anatomopatológico revelou um linfoma de células B difuso infiltrando a mama (linfoma não Hodgkin). Devido à raridade do caso, a etiopatogenia é desconhecida, e o tratamento foi realizado com os esquemas quimioterápicos para linfoma segundo o consenso para linfomas de células B, sendo a base o tratamento com antraciclinas. A paciente realizou seis ciclos de CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona), com a regressão total da lesão. O uso do rituximabe, bem como a radioterapia, permanecem controversos na literatura, mas a radioterapia é indicada por alguns autores na dose de 30 a 45 GY. Nossa paciente realizou radioterapia da mama e da axila com ausência de remissão da doença, não tendo sido necessário tratamento complementar ou cirurgia da mama.
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