Tratamento cirúrgico do câncer de mama

dados de uma instituição de referência do nordeste brasileiro

Autores

  • Cibele Vasconcelos de Oliveira Instituto do Câncer do Ceará
  • Francisco Pimentel Cavalcante Instituto do Câncer do Ceará
  • Rafael Valente Batista Universidade Estadual do Ceará
  • José Carlos Lucena de Aguiar Ferreira Universidade Estadual do Ceará
  • Olívio Feitosa Costa Neto Universidade Estadual do Ceará
  • Marcos Venício Alves Lima Universidade Estadual do Ceará. Instituto do Câncer do Ceará

Palavras-chave:

Biópsia de linfonodo sentinela, carcinoma ductal de mama, neoplasias da mama

Resumo

Introdução: O câncer de mama é a neoplasia que mais acomete mulheres em todo o mundo após o câncer de pele, representando 25% dos casos novos a cada ano. Nos últimos 40 anos, a sobrevida vem aumentando nos países desenvolvidos — atualmente, é de 85% em 5 anos —, enquanto nos países em desenvolvimento permanece entre 50 e 60%, tendo o uso rotineiro da mamografia considerável importância em todo o mundo. Objetivos: Descrever as características demográficas, patológicas e as abordagens cirúrgicas de pacientes com carcinoma invasivo da mama em uma instituição de referência. Métodos: Estudo transversal e descritivo, utilizando dados secundários obtidos nos prontuários médicos de pacientes com câncer de mama operadas no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), entre os anos de 2002 e 2012. Os dados foram analisados por meio do software Epi Info 7.0. Resultados: A população de estudo correspondeu a 746 pacientes com tumores primários de mama, dos quais 626 (84%) apresentavam-se como invasivos, sendo a maioria (554 – 88,49%) do tipo carcinoma ductal invasivo (CDI). No que diz respeito ao estádio, 351 casos (56,07%) eram II. Prevaleceu a faixa etária de 41 a 50 anos, e os tumores T2 mediam aproximadamente 2 a 5 cm. A cirurgia mais frequente foi a quadrantectomia; e a biópsia do linfonodo sentinela (BLS) foi realizada em 368 pacientes (58,78%). Conclusão: Nossa casuística fornece informações importantes sobre o perfil de pacientes portadoras de tumor invasivo da mama tratadas cirurgicamente em uma instituição filantrópica do Nordeste brasileiro, referência no tratamento do câncer. O estadiamento avançado ao diagnóstico ainda é presente nessa instituição, o que determina elevadas taxas de mastectomia. Assim, melhores resultados tendem a ser obtidos à medida que são apresentadas melhores propostas de rastreio de massa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Estimativa 2016: Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2015.

Peto R, Boreham J, Clarke M, Davies C, Beral V. UK and USA breast cancer deaths down 25% in year 2000 at ages 20-69 years. Lancet. 2000 May 20;355(9217):1822.

Coburn NG, Chung MA, Fulton J, Cady B. Decreased breast cancer tumor size, stage, and mortality in Rhode Island: an example of a well-screened population. Cancer Control. 2004 Jul-Aug;11(4):222-30.

Nyström L, Bjurstam N, Jonsson H, Zackrisson S, Frisell J. Reduced breast cancer mortality after 20 + years of followup in the Swedish randomized controlled mammography trials in Malmö, Stockholm, and Göteborg. J Med Screen. 2017 Mar;24(1):34-42.

Gebrim LH, Quadros LGA. Rastreamento do câncer de mama no Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006 June;28(6):319-23.

Fisher B, Montague E, Redmond C, Deutsch M, Brown GR, Zauber A, et al. Findings from NSABP Protocol No. B-04-comparison of radical mastectomy with alternative treatments for primary breast cancer. I. Radiation compliance and its relation to treatment outcome. Cancer. 1980 Jul 1;46(1):1-13.

Fisher B, Anderson S, Redmond CK, Wolmark N, Wickerham DL, Cronin WM. Reanalysis and results after 12 years of followup in a randomized clinical trial comparing total mastectomy with lumpectomy with or without irradiation in the treatment of breast cancer. N Engl J Med. 1995 Nov 30;333(22):1456-61.

Krag DN, Anderson SJ, Julian TB, Brown AM, Harlow SP, Costantino JP, et al. Sentinel-lymph-node resection compared with conventional axillary-lymph-node dissection in clinically node-negative patients with breast cancer: overall survival findings from the NSABP B-32 randomised phase 3 trial. Lancet Oncol. 2010 Oct;11(10):927-33.

Wilke LG, McCall LM, Posther KE, Whitworth PW, Reintgen DS, Leitch AM, et al. Surgical complications associatedwith sentinel lymph node biopsy: results from a prospective international cooperative group trial. Ann Surg Oncol. 2006 Apr;13(4):491-500.

Morrow M, Harris JR, Schnitt SJ. Surgical Margins in Lumpectomy for Breast Cancer — Bigger Is Not Better. N Engl J Med. 2012 Jul 5;367(1):79-82.

Giuliano AE, Hunt KK, Ballman KV, Beitsch PD, Whitworth PW, Blumencranz PW, et al. Axillary dissection vs no axillary dissection in women with invasive breast cancer and sentinel node metastasis: a randomized clinical trial. JAMA. 2011 Feb 9;305(6):569-75.

Freitas-Junior R, Siqueira LB, Carrijo ENA, Lacerda RP, Paulinelli RR, Rahal RMS, et al. Variação temporal do tratamento cirúrgico do câncer de mama em um hospital universitário na região Centro-Oeste do Brasil. Rev Col Bras Cir. 2013 June;40(3).

Haddad CF. Características clínico-patológicas e estadiamento ao diagnóstico de pacientes com câncer de mama em um centro de saúde do interior de Minas Gerais. Rev Bras Mastol. 2014;24(4):103-8.

Nunes BA, Siqueira SL, Pereira SM, Pacheco TJ, Pessanha TO, Mendonça SB. Perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com câncer de mama em Campo dos Goytacazes. Rev Bras Mastol. 2012;22(4):117-23.

Cintra JRD, Guerra MR, Teixeira MTB. Sobrevida específica de pacientes com câncer de mama não-metastático submetidas à quimioterapia adjuvante. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(4):339‑46.

Abreu E, Koifman S. Fatores prognósticos no câncer da mama feminina. Rev Bras Cancerol. 2002;48:113-32.

Macchetti AH. Estadiamento do câncer de mama diagnosticado no sistema público de saúde de São Carlos. Medicina (Ribeirão Preto). 2007;40(3):394-402.

Piato JR, Carvalho FM, Costa PA, Barros ACSD. Biopsia do linfonodo sentinela. In: Barros ACSD, Buzaid AC. Câncer de mama: tratamento multidisciplinar. São Paulo: Dendrix; 2007. p.98-121

Downloads

Publicado

2017-10-07

Como Citar

Oliveira, C. V. de, Cavalcante, F. P., Batista, R. V., Ferreira, J. C. L. de A., Costa Neto, O. F., & Lima, M. V. A. (2017). Tratamento cirúrgico do câncer de mama: dados de uma instituição de referência do nordeste brasileiro. Mastology, 27(4), 320–323. Recuperado de https://revistamastology.emnuvens.com.br/revista/article/view/522

Edição

Seção

Original Articles