Ressecção da parede torácica para recidiva locorregional de câncer de mama
um método efetivo e reprodutível
Palavras-chave:
neoplasias da mama, recidiva local de neoplasia, parede torácica, cirurgia torácica, sobrevivência (saúde pública)Resumo
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a sobrevida após ressecção da parede torácica para recidiva locorregional de câncer de mama. Desfechos secundários foram controle dos sintomas e a segurança do procedimento. Métodos: Estudo retrospectivo de todos os pacientes submetidos à ressecção da parede torácica para recidiva local do câncer de mama na Divisão de Cirurgia Torácica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, de janeiro de 1998 a novembro de 2011. A ressecção da parede torácica foi realizada com espessura total podendo envolver ossos e/ou tecidos moles, a fim de atingir margens livres macroscópicas. Resultados: Dezoito pacientes foram incluídos neste estudo, com seguimento médio de 83,5 meses. O intervalo entre a mastectomia e a recidiva da parede torácica (RPT) foi de 4,2 anos (0,5 a 9 anos). A ressecção foi completa em 12 pacientes (66%) e incompleta em 6 (33%), cuja ressecção envolveria a amputação do membro superior. O tamanho médio do tumor foi de 8,25cm e a ressecção do arco costal foi necessária em 10 pacientes. Não houve óbito devido à operação e, após dois anos, 66% dos pacientes estavam vivos. Seis pacientes morreram devido à recorrência sistêmica do câncer de mama e uma paciente morreu devido a um abdome agudo inflamatório. A sobrevida média entre os pacientes que morreram foi de 25,2 meses (12 a 42 meses). Na última consulta de acompanhamento, onze pacientes estavam vivos. Conclusões: A RPT para a recidiva locorregional do câncer de mama é factível e segura em pacientes selecionados, que não desenvolveram doença metastática, permitindo boa qualidade de vida por um período considerável. São necessárias séries maiores e prospectivas para endossar nossas achados.
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